Estou contruindo um post sobre Em frente a classe, um filme que retrata a história verídica da vida de um portador da Síndrome de Tourette. Antes, já havia falado no assunto em dois outros filmes “A menina no país das maravilhas” clique aqui para ler o post e “Vincent quer ver o mar” (leia o post completo, clicando aqui). Diante da importância do assunto, este artigo procura aprofundar o tema SÍNDROME DE TOURETTE.
Sobre a Síndrome de Tourette
A síndrome de Tourette ou síndrome de la Tourette, é uma desordem neuropsiquiátrica caracterizada por tiques, reações rápidas, movimentos repentinos (espasmos) ou vocalizações que ocorrem repetidamente da mesma maneira. Esses tiques motores e vocais mudam constantemente de intensidade e não existem duas pessoas no mundo que apresentem os mesmos sintomas. Na maioria das vezes, os tiques são de tipos diferentes e variam no decorrer de uma semana ou de um mês para outro. Em geral, eles ocorrem em ondas, com frequência e intensidade variáveis, pioram com o estresse, são independentes dos problemas emocionais e podem estar associados a sintomas obsessivo-compulsivos (TOC) e ao distúrbio de atenção e hiperatividade (TDAH). É possível que existam fatores hereditários comuns a essas três condições. A maior parte das pessoas afetadas são do sexo masculino.
TRAILER documentário HBO
O início da síndrome geralmente se manifesta na infância ou juventude do indivíduo, eventualmente atingindo estágios classificados como crônicos. Porém, no decorrer da vida adulta, frequentemente, os sintomas vão aos poucos se amenizando e diminuindo. Mesmo assim, até hoje ainda não foi encontrada uma cura para a Tourette. Tratamentos médicos existem para amenizar os sintomas, porém, o consenso entre os profissionais da área é de que os tratamentos precisam ser individualizados por causa das sempre presentes reações adversas aos medicamentos.
Os sintomas
Em 80% dos casos, os tiques motores são a manifestação inicial da síndrome. Eles incluem piscar, franzir a testa, contrair os músculos da face, balançar a cabeça, contrair em trancos os músculos abdominais ou outros grupos musculares, além de movimentos mais complexos que parecem propositais, como tocar ou bater nos objetos próximos. São típicos dos tiques vocais os ruídos não articulados, tais como tossir, fungar ou limpar a garganta, e outros em que ocorre emissão parcial ou completa de palavras. Em menos de 50% dos casos, estão presentes o uso involuntário de palavras (coprolalia) e gestos (copropraxia) obscenos, a formulação de insultos, a repetição de um som, palavra ou frase dita por outra pessoa (ecolalia).
O tratamento envolve duas abordagens: psicossocial e farmacológica. Antes de iniciar o tratamento, é importante que seja feito um estudo do caso, avaliando os tiques (localização, frequência, intensidade, complexidade e interferência na vida), o ambiente escolar, familiar e outros relacionamentos.
O tratamento
Os medicamentos usados no tratamento servem para aliviar os sintomas, mas não os eliminam completamente. É necessário que o médico faça uma análise criteriosa do caso para ver se é necessário usar medicamento ou não. No tratamento psicológico, é feita uma orientação aos pais, familiares e todos os outros que convivem com a criança que tem a síndrome (professores e colegas). Isso é muito importante para evitar que a criança seja estigmatizada por causa da doença e também para evitar que ocorra uma superproteção. Também é possível fazer psicoterapia para ajudar a pessoa a conviver com a síndrome.
Entrevista sobre o assunto
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Novas possibilidades – A cirurgia
Tratamento Multidisciplinar SP